Músicos são-joanenses enfrentam problemas


Os primeiros registros de uma produção musical em São João del-Rei são de 1717, quando a até então Vila, prestigiava a visita de Dom Pedro de Almeida e Portugal, governador da capitania de  Minas Gerais. Após quase três séculos, a cidade se consolidou como pólo musical. Desde orquestras centenárias que entoam tradição, a grupos musicais jovens que enaltecem a diversidade cultural, através de composições autorais e cover. 

As festas de repúblicas e bares são os lugares preferidos de grande parte de músicos. A cantora de MPB, Nini Gallon, comenta que nos meses de setembro e outubro, realiza shows em festas de casamento em Tiradentes. Caio Campana, baixista da Galwen, banda de música celta, explica que o grupo tem um público específico, devido ao estilo que produzem, frequentemente realizam shows em Ouro Preto, Juiz de Fora, Divinópolis e Belo Horizonte.    

A migração dos shows das bandas é um fator que os músicos da cidade apontam como contorno para os problemas observados na cidade. A falta de casas noturnas é um ponto. Campana diz que a rigorosa fiscalização de casas noturnas, desde o incidente que ocorreu na boate Kiss, em Santa Maria, obrigou algumas casas fecharem as portas. “As casas de show daqui sempre foram muito ruins em questão de estrutura, mas chegava a ter um lugar para cada tribo. Quando houve a cassação de alvará ficou difícil, pois limitou os lugares para galera tocar”, ressalta.

Apesar das dificuldades enfrentadas, Nini Gallon, aponta algumas saídas para enfrentar os problemas. Uma delas seria um encontro de todos os músicos para conscientização da importância da música e as dificuldades no cenário da cidade. “Discussões a respeito desse cenário musical, assim como da importância da arte, pois assim, a partir da conscientização coletiva, poderá acontecer a valorização do artista, e consequentemente, surgirão melhores condições para a realização plena da Música, da Arte”, conclui.


Qual o espaço da música independente?

O Coletivo Sem Eira Nem Beira juntamente com a Rede Fora do Eixo de Festivais, realiza alguns eventos que procuram dar visibilidade a bandas de música independente, que enfrentam a falta de shows, devido o repertório próprio, e a acusação de não atrair público.. Envolvida na organização de festivais como o Grito Rock e o Festival Miralonge, Lívia Tostes, gestora do Coletivo, destaca a dificuldade desses artistas de conseguirem espaços para tocar em pubs e casas noturnas. Sua intenção é desmistificar a opinião que os donos desses lugares possuem do artista autoral. “Os pubs não aceitam música autoral por que dizem não ter público, o que provamos que isso é um pensamento errado, pois no Miralonge (realizado em 2012) foram três dias de festival que tivemos cerca de 350 pessoas por dia”, explica.

Gerente e promoter de uma casa noturna, Jacson Batista, declara, que nunca trabalhou com artista de música autoral, mas destaca que autoriza algumas bandas a tocarem algumas músicas de composição própria. Batista, ainda revela um projeto futuro da casa, de realizar um campeonato entre bandas da região. “Nós vamos abrir uma seleção, e realizar um cadastro de várias bandas (...) a princípio não iremos pagar cachê, mas no final vai ser escolhida uma banda, que já vai ter um cachê e ainda vai ter gravação de um CD ou alguma coisa assim. Já é um projeto para esse ano ainda”, declara.


VAN/ Ana Martins, Gisele Puygcerver, Marlon de Paula e Stella Sampaio
Foto:Marlon de Paula

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