Assim como no Brasil inteiro, em São João del-Rei as
financeiras tem se multiplicado significativamente, afirma o coordenador do curso
de administração do IPTAN e mestre em economia, Leonardo Henrique de Almeida. Para
ele, esse aumento é resultado direto da maior busca dos brasileiros por
crédito, somado as facilidades oferecidas pelas financeiras. Apesar de ajudar
no momento do aperto, Leonardo alerta para se ter muito cuidado na hora de
recorrer a esses serviços.
O servidor público, Carlos Nascimento, que trabalha há
11 anos no Instituto de Previdência de São João del- Rei, declara que
diariamente os aposentados e pensionistas assistidos pelo IMP, procuram
orientações sobre como fazer empréstimos. Ele acredita que essa intensa procura por
esses serviços acontece pelos baixos salários, em que as pessoas não conseguem
nem pagar suas contas básicas como aluguel, água e energia. “Muitas vezes o
salário do mês vai todo para comprar remédios, e é difícil conseguir viver
ganhando tão pouco”, diz Carlos.
Juciane Reis, proprietária da Auto
Finanças afirma não haver um perfil único para as
pessoas que procuram esses empréstimos. Para ela todas as classes utilizam esse
serviço. As facilidades oferecidas pelas financeiras na oferta de crédito tem
contribuído para o crescente aumento de usuários. Normalmente, são pessoas ou
empresas que precisam fortalecer o seu capital de giro. Já Leonardo acredita
que quanto às classes, a C e D são o principal “público-alvo” destas
financeiras.
A sanjoanense aposentada, Marta de Souza, é uma das
milhares de pessoas que recorrem constantemente a esses serviços. Ela alega que
ao contrário dos empréstimos feitos nos bancos, nas financeiras acontece com
uma maior facilidade e rapidez. Ela acredita que apesar dos juros, o serviço é
compensativo, pela facilidade de se conseguir o dinheiro. “Já fiz vários empréstimos. Assim que acabo
um já pego outro. Já peguei pra reformar minha casa, ajudar no casamento da
minha filha e comprar geladeira e fogão novos.” conta a aposentada.
A pessoa que faz uso desse serviço precisa ter clareza
da diferença que existente entre o empréstimo feito na financeira e o
empréstimo realizado direto no banco, diz Leonardo. A diferença principal é que pelas financeiras
o empréstimo é conseguido de maneira mais flexível e menos burocrática que no
banco. Isso no primeiro momento pode ajudar, mas por outro lado os juros também
são mais altos, ressalta o coordenador.
Outro ponto importante é ter consciência que o empréstimo
precisa ser contratado quando não se tem mais nenhuma saída para o acerto de
suas contas, afirma a administradora e correspondente, Gabriela Fernandes. É
importante avaliar bem as taxas de juros comparando-as com outras instituições
e apurando bem a seriedade do contrato e das pessoas que estão relacionadas a
todo o processo. “Evitar assinaturas pelos correios e contratações via internet
é imprescindível para se resguardar e não prejudicar suas futuras negociações”,
afirma Gabriela.
Texto e foto: Marcilene Hallak
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