Moradores colaboram com a separação de recicláveis

Foto: Divulgação/ Banco Real


     




Pessoas pagam suas contas com o dinheiro ganho na reciclagem de resíduos
            No bairro de Matosinhos, em São João del-Rei, a Associação de Catadores de Materiais Recicláveis (ASCAS) promove uma atividade de preocupação ecológica e conscientização ambiental. Seus integrantes visitam as residências, conversando com os moradores para lembrá-los da importância da triagem do material reciclável. Parte da comunidade coopera com o trabalho dos catadores entregando o lixo já separado em sacos.
Ainda assim, a maioria das pessoas não tem consciência ambiental e descarta o lixo sem se preocupar com seu destino final ou com as possibilidades de reaproveito do material.
A dona de casa, Luiza de Santos, 55 anos, diz que sempre realizou a separação dos resíduos. "Tenho um saco para cada tipo de lixo, alumínio, papel, plástico e comida. Não pode jogar tudo fora no mesmo saco porque depois dificulta o trabalho dos catadores", orienta.
Segundo a atendente, Carla Gonçalves, 25, sua família se conscientizou sobre a destinação do lixo após conversas com os agentes da Ascas. "Foi bem legal a visita deles aqui, nos explicaram a importância de colaborar com a preservação do meio ambiente", conta.

Ascas
            A Associação de Catadores de Materiais Recicláveis (ASCAS) se consolidou no serviço ecológico de reciclagem de, aproximadamente, 40 toneladas de lixo por mês. Seus associados se orgulham da profissão de agentes  ambientais e contam que tiram seu sustento do lixo. "Nosso trabalho é nobre, importantíssimo para a cidade. Cato todos os materiais que posso, mesmo aqueles que não dão tanto dinheiro, para ajudar a limpar as ruas", disse José André Ribeiro.
            José Ribeiro contou que toda a sua renda mensal vem do trabalho na reciclagem do lixo e que graças a ela, consegue viver bem com sua família. "Antes eu passava apertado, ficava devendo o aluguel. Hoje, eu não passo mais dificuldade, pago minhas contas e ando de cabeça erguida. Deito na cama e durmo tranquilo", afirmou André.
O catador João Bosco de Oliveira ressaltou que os catadores têm trabalho e vida dignos, família e filhos. "Nossas crianças estão todas alimentadas e estudando. Fazemos um trabalho ecológico e respeitável como outro qualquer", afirmou.

O lixo e a arte
O artista plástico Wanderley Guilherme, conhecido como Wangui, trabalha com a reciclagem dos resíduos. Para ele, o lixo é subsídio artístico, sua tela de pintura. "Todo material que eu tenho, madeira, cerâmica, pedra, eletrônicos, transformo em arte. Faço isso em defesa do meio ambiente, mostrando que a arte pode transformar tudo, todos os males do mundo. Não é preciso ter uma tela ou um papel para pintar. Até as garrafas pet eu transformei em arte", contou Wangui.
            O artista plástico ressaltou a necessidade de iniciar uma mudança nos costumes da sociedade. "Porque não parar de fazer tanto lixo? O lixo é sufocante, mas o lixo também é alimento e é emprego. As pessoas têm que, pelo menos, fazer uma reciclagem, viver bem e não fazer tanto mal ao meio ambiente", aconselhou Wangui.

Texto: Marcelo Alves
--
Para copiar e reproduzir qualquer conteúdo da VAN, envie um e-mail para vanufsj@gmail.com, solicitando a reportagem desejada. É simples e gratuito.

0 comentários:

Postar um comentário



Zuenir Ventura no 8º Felit


Veja mais vídeos da região do Campo das Vertentes




 


DEPENDENTES DAS TECNOLOGIAS


Veja mais vídeos da região do Campo das Vertentes