Conversa descontraída marca o primeiro dia de Gilberto Gil em São João del-Rei


Teatro cheio, público ansioso.  O som do primeiro sinal aumenta a expectativa, ao soar o terceiro, olhares inquietos buscam o grande ídolo da musica popular brasileira, que chega esbanjando simpatia.

A presença do cantor e compositor Gilberto Gil, na 27º edição do Inverno Cultural da Universidade Federal de São João del-Rei, atraiu fãs de diferentes localidades. Maria Lucia Falcão Vasconcelos veio de Niterói, RJ, especialmente para assistir a palestra e ao show de Gil, conta que gostou muito da conversa, “foi muito bom ouvir o Gil falar sobre sua infância em Ituaçu, pois muita gente não conhece esta parte da vida dele”, ressalta.

Além de abordar o lado lúdico de sua infância na pequena cidade baiana, onde brincava com a irmã de bonecas ou fazendo construções, Gil falou sobre sua alfabetização na mesa da cozinha enquanto a tia-avó preparava as refeições. “Foi ali que aprendi os números e as letras”, enfatiza. Durante o relato de sua meninice o cantor falou ainda do seu encantamento pelo tecnológico, tema recorrente em sua obra. 

“O fascínio pelas novas tecnologias surgiu após a Segunda Guerra Mundial (...) naquela época chegavam revistas com fotos da guerra, canhões (...) isso me fascinava e ao tempo me amedrontava.”, explica. 

Esse formato de palestra/entrevista tão descontraído agradou o professor de filosofia Tiago Adão Lara que elogiou o festival. “Acho fabuloso um festival como o Inverno Cultural em que uma pessoa dá o testemunho da própria vida, pois agente se encanta muito com uma obra de arte, com a natureza bonita, mas esquece de que cada pessoa é um mistério.”, destaca.

Além das histórias de vida, Gil deu algumas pinceladas em outros temas, como por exemplo, a Internet e as inovações tecnológicas, que segundo ele possibilitam uma horizontalização tornando as pessoas mais iguais. “Apesar das diferenças nunca serem abolidas, as novas tecnologias tornam as pessoas mais iguais. Aproximam as pessoas, e mais igualdade é igual a mais liberdade que aponta para mais felicidade.”, explica.

O cantor enfatizou também que a política cultural, assim como qualquer outra, deveria está marcada pelo compromisso com o bem comum, “A vida comum é o mais importante, as outras coisas são meras ilusões.”, ressalta.

No que se refere à Copa do Mundo Gil relatou ter gostado muito, inclusive esteve presente em 12 jogos. “Gastou-se muito com a copa, mas isso não é absurdo, pois agente tem o direito de se entreter. O futebol é parte central da nossa cultura. Somos todos meninos correndo atrás da bola.”, completa.

Texto: VAN/ Silvia Reis
Foto: Divulgação Inverno Cultural

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