Foto: Jornal o Progresso |
Edimar Ávila um dos fundadores do bloco e líder da banda participante, lembra com nostalgia como surgiu a ideia de criar o ‘Se mamãe deixar’. No ano de 1988 ele se juntou com um grupo de amigos para criarem seu próprio bloco de carnaval. O motivo? Seus pais não os deixavam sair durante as festividades carnavalescas por considerá-los jovens demais.
“Não podíamos sair, então pensamos em criar um lugar onde poderíamos curtir o carnaval, que a mamãe nos deixaria sair. Escolhemos então a terça-feira, pois era um dia que não tinha nada para fazer”, relembra Ávila.
Nathanael Andrade também fundador do bloco, conta que no princípio era um grupo reduzido com pouco mais de 15 pessoas que se fantasiavam com roupas de criança. “Não usávamos fralda, dessas que existem hoje em dia, porque não existia. Então confeccionávamos nós mesmos, usando lençóis e toalhas das nossas casas”, conta. Quando acabava o carnaval, Nathanael relembra que a vida voltava ao normal. “Nós éramos quase todos coroinhas da Igreja Matriz ou do Pilar, então brincávamos no carnaval e, depois, nos comportávamos para a semana santa”.
O trajeto que permanece o mesmo, começa no Largo do Rosário passa pela Igreja do Pilar e segue até a famosa ‘Rua da Kibon’. A banda ganhou novos integrantes e atualmente já conta com mais 30 músicos que tocam os mais variados instrumentos.
Um dos integrantes da banda, o percussionista Leonardo Freitas, sente-se lisonjeado por participar de um bloco que marcou sua juventude. “São 26 anos de tradição, e passar por tudo isso com meus amigos de infância é uma alegria muito grande.” Na opinião de Leonardo, o bloco ‘Se mamãe deixar’ promove um pré-carnaval de qualidade com muita música boa. “Nós da banda, conseguimos resgatar as músicas do carnaval de antigamente, como as marchinhas, os sambas de São João del-Rei e de várias partes do Brasil”, afirma o músico.
No clima do bloco
Como forma de aproveitar ainda mais a festa, muitos foliões saíram às ruas nessa última terça-feira (25), com os trajes tradicionais. Vestidos com fraldas, babador e uma chupeta na boca, garantem descontração e alegria às mais de duas mil pessoas que seguem o bloco.
Na opinião da farmacêutica sanjoanense Carolina Braga, que há mais de cinco anos é presença confirmada no bloco, a fantasia é peça fundamental da diversão. “Eu participo do bloco há muito tempo, vejo desde criança o pessoal da minha casa se fantasiar, então acabei pegando o costume. Graças à fantasia, podemos ser coisas diferentes do que somos no dia-a-dia”, explica.
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