Anna Júlia Silveira 12 de abril de 2013
Resende
Costa é uma cidade conhecida por sua grande produção de artesanato, que
movimenta a economia do município. Porém, a arte de produzir com as mãos e
máquinas semimanuais é praticada não apenas nessa cidade, como também na zona
rural de Ritápolis. Dona Maria Elédina Rodrigues utiliza seu tear e suas tiras
de pano colorido para produzir tapetes de diversos tamanhos e estilos,
garantindo ainda uma renda extra no final do mês.
A
aposentada, que atua na produção artesanal de tapetes há mais de 25 anos, conta
que, além de ser alternativa para melhorar a renda familiar, a tarefa
representa, para ela, uma forma de “ocupar a mente”, criar e brincar com as
cores. “Quando termino uma peça, é como se visse uma obra de arte. O ato de
escolher cores faz com que a criatividade seja aguçada e, ao fim de cada
trabalho, já começo a pensar no próximo”, comenta. Segundo ela, são produzidos
cerca de 300 tapetes por mês.
Maria
Elédina explica que o trabalho não se resume apenas em tecer os tapetes, sendo
necessário também comprar o pano, que será picado em forma de compridas tiras,
as quais, depois de serem enroladas em novelos, irão ser traçados em diversos
arco-íris, até que a obra fique pronta. Para isso, ela conta com Denize Maria
Silveira, que tem a função de separar, enrolar e picar as tiras de pano. “Sou
professora, mas no momento não estou atuando na área. Meu marido é agricultor e
aqui na zona rural essa foi uma forma que encontrei de ganhar meu próprio
dinheiro”, afirma Denise. E completa: “É algo bom de se fazer e posso trabalhar
enquanto ouço a televisão junto com a minha família”.
Entretanto,
Maria Elédina admite que não é possível garantir o sustento da família somente
com a renda dos tapetes, que são vendidos por R$2,00 cada. “Vendo-os para o meu
cunhado, que leva para revendê-los em cidades como São Tiago, Bom Sucesso,
Divinópolis, entre outras.
Ela
lembra ainda que seus trabalhos fizeram muito sucesso em São Paulo, quando seu
irmão, que mora em Osasco, levou algumas peças para comercializar por lá. “As
pessoas ficam encantadas com o trabalho artesanal, que não é tão comum por lá
como é aqui. Estou preparando uma nova remessa, para que, em junho, quando meu
irmão vier novamente a Minas, ele possa levar mais”, afirma.
Embora
os gastos com matéria prima sejam altos e, com isso, surjam algumas
dificuldades, a artesã diz que não pretende parar de produzir. “É algo que
gosto de fazer, tenho prazer em criar e isso me deixa satisfeita”, ressalta. A
aposentada finaliza, dizendo que “qualquer trabalho, quando feito com carinho,
ao invés de ser uma obrigação, passa a ser um dom”. Suas produções confirmam a
dedicação à arte, que preserva e enriquece a cultura regional.
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