DAMAE é alvo de reclamação dos são-joanenses

Estação de tratamento de água do Bairro do Bonfim
Foto: Leonardo Duque

Moradores de São João del-Rei têm reclamado constantemente da qualidade da água fornecida pelo Departamento Autônomo Municipal de Água e Esgoto (DAMAE). As reclamações vêm, principalmente, das donas de casa. São-joanenses comentam que a água tem apresentado uma coloração amarelada e, muita das vezes, vem com a presença de barro. Analisando o grupo de queixas do Facebook, “Alô Prefeito”, a maioria das objeções vêm dos bairros Bonfim e Residencial Lenheiros. 

Para a moradora Ana Maria Rosa, do bairro Bonfim, a situação é precária. “A água vem imunda. Quando eu abro a torneira para lavar a roupa de manhã, eu tenho que deixar um pouco da água ir embora, para depois eu poder passar a água para a máquina. A água vem toda amarelada”, comentou Rosa.

“Quando fui lavar a caixa d’água da minha casa, era barro puro, a água estava completamente suja”, reclamou outra moradora, Marlene dos Anjos. Ela salientou, também, ter grande dificuldade para lavar a roupa, já que no início do dia a água sai toda amarelada da torneira. 

Por outro lado, a costureira Tereza dos Santos declarou nunca ter tido qualquer problema com a água recebida em casa:

– “Já moro há anos aqui em São João e nunca tive problema com a qualidade da água. Pra mim, a água daqui é muito boa e bem tratada”.

Os problemas da cidade

De acordo com o químico do DAMAE, Diogo Guimarães Ferreira, os problemas citados pelos são-joanenses podem ser explicados. O fato de SJDR possuir um sistema de encanamento antigo é um dos fatores que mais pesa nos problemas recorrentes na cidade. “Nós temos um sistema de distribuição muito antigo, e esse sistema, infelizmente, não tem descarga, o que seria bastante importante. Sem a descarga, é normal a água chegar às casas com um pouco de barro e sujeira quando algum reparo é realizado no encanamento das ruas”, explicou o químico.

Ainda segundo Ferreira, alguns canos da cidade são de ferro, o que provoca  acúmulo de ferrugem. “Existe uma ferrugem que fica acumulada nesses canos. Então, quando a água vem com uma pressão maior, após alguma limpeza ou tratamento, a água acaba carregando essa ferrugem, por isso, acaba chegando às casas das pessoas com uma coloração mais forte”, ressaltou. 

Para solucionar os problemas de encanamento de SJDR, Diogo Ferreira salientou a necessidade de uma mobilização maior dentro do próprio DAMAE. Completou dizendo que o custo para reparar toda a tubulação é alto e demanda tempo. 
  
Teste de qualidade

A professora de Química da Universidade Federal de São João Del- Rei (UFSJ), Honória de Fátima Gorgulho, explicou o quão importante é realizar o teste de qualidade de água frequentemente:

– “É necessário realizar testes rotineiros da qualidade da água. Esse teste rotineiro analisa o pH, o nível de cloro, a quantidade de flúor, além de fazer a análise microbiológica, que avalia a presença de coliformes ou bactérias nocivas, examinando, principalmente, a presença de uma bactéria chamada E-coli, considerada um coliforme fecal”. 

A professora ressaltou ainda ser extremamente perigoso a não realização correta do teste microbiológico, pois o consumo de água contaminada pode ser fatal ao ser humano.

O químico do DAMAE, Diogo Ferreira afirmou realizar todos os testes citados acima, o físico-químico e o microbiológico. “A gente analisa basicamente três parâmetros físico-químicos, que são o cloro, o ph e a turbidez. Além disso, a gente faz a análise microbiológica também. Daí a gente analisa a quantidade de bactérias e coliformes totais. Os testes são realizados em um laboratório que a gente contrata. Então, analisamos os tipos de coliformes que estão presentes na água”, esclareceu. 

Plano de metas

Com o intuito de melhorar a qualidade e o tratamento da água, o DAMAE está lançando um novo plano de metas. Segundo Ferreira, esse plano consiste em conseguir melhorias para o setor de controle de qualidade de água. “O diretor está propondo, com algumas datas estipuladas, a compra de equipamentos, reagentes, materiais e transportes, investindo também no melhoramento da infraestrutura que, infelizmente, está um pouco defasada”, concluiu o químico. 

Diogo Ferreira esclareceu que o prazo para a realização do plano de metas ainda não foi estabelecido, mas que pretendem iniciar o mais rápido possível. 

Texto: Leonardo Duque/ VAN

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