O Ensino Superior é o objetivo de grande parte dos estudantes brasileiros. Uma vez que a meta é alcançada, as preocupações se voltam para a conquista de experiências e qualificações que possam ser um diferencial quando adentrarem no mercado de trabalho. As próprias universidades possibilitam tais ganhos, seja através de iniciações científicas, projetos, programas de extensão ou mesmo estágios.
Em São João del-Rei, a UFSJ oferece várias experiências deste tipo, dentre elas destaca-se o Vídeo – debate: Psicologia e Políticas Públicas. De acordo com Roberto Calazans e Larissa Medeiros, professores e idealizadores do projeto, a ideia surgiu em 2010, através da necessidade de se pensar como se davam as políticas nas áreas de saúde mental e educação com foco na cidade, mas também atuando em nível estadual e nacional.
“Ter um projeto dessa natureza traz para o formando o esclarecimento de que ele tem que participar das formulações das políticas públicas também. Ele não pode ser um agente passivo, em que simplesmente chega uma diretriz e ele a aplica. Ele tem que ter um papel ativo, pois é o trabalho dele que será diretamente afetado, com políticas que restrinjam o trabalho do psicólogo”, relata o Professor Calazans.
A Principal ferramenta utilizada para a transmissão das informações é o blog No Pé da Política, atualizado semanalmente. O projeto busca, através do uso da rede, ampliar e estimular debates que levem a uma conscientização dos alunos participantes e também da própria sociedade. “Com o blog, as postagens e os estudos, vemos como são coisas que estão bem próximas, e precisamos ter esse conhecimento como cidadão também. São informações que as pessoas não tem conhecimento, como o funcionamento de serviços”, afirma Bianca Ferreira, aluna participante do projeto e responsável pela área de saúde mental.
Para a Professora Larissa , ao verem na prática o que está acontecendo, eles ganham um diferencial em sua formação, passando a atuar de uma maneira mais crítica. Mas ela firma que o projeto ainda enfrenta problemas. “Uma das grandes dificuldades é o acesso aos informantes e, de fato, é difícil conseguir que os grupos sociais e, principalmente, as secretarias de educação, saúde e outras organizações tenham disponibilidade para falar sobre os temas que abordamos”.
Hoje o projeto conta com sete integrantes, três dos quais se encarregam da área de saúde mental, três tratam da área de educação e uma aluna assume temas relacionados à identidade de gênero. Para Bruna Tavares, o projeto é muito importante, por complementar a teoria. “O primeiro contato que nós temos com a prática é fundamental, pois, muitas vezes, a teoria fica meio dispersa, quando pegamos disciplinas que parecem não se 'cruzarem'. Mas, na prática, não tem nada tão separado quanto a gente pensa”.
Texto: Alan Carvalho
Foto: Divulgação
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