Elas estão na praça!

      Nos tempos dos sobrados, as mulheres mal podiam aparecer nas varandas de suas casas, mas hoje elas ocupam cargos importantes nas empresas e até mesmo no poder público, como é o caso da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, que no ano passado, foi eleita a terceira mulher mais poderosa do mundo pela revista norte-americana “Forbes”. Segundo a publicação, Dilma fez história como a primeira mulher a liderar a maior potência econômica da América Latina.
      Com a constante ascensão das mulheres na participação pública, muito se discute sobre a competência do grupo feminino. Na Argentina, após vários escândalos relacionados à corrupção, a administração da presidente Cristina Kirchner enfrenta um declínio. Segundo pesquisa realizada pela empresa de consultoria Management & Fit, uma das mais confiáveis do país, entre dezembro de 2011 e fevereiro de 2012, a popularidade da presidente argentina caiu 17 pontos percentuais, chegando a 42,1%.
      Para muitos, o fato de ter uma mulher exercendo cargos importantes não é problema: “Retirando o fato de ser uma conquista por parte delas, eu vejo que elas engrandecem na administração, pública ou empresarial, por terem uma visão diferente da masculina. Acho que as mulheres pensam mais em grupo, mais como um todo do que os homens”, afirma o publicitário Jefferson Antunes Fonseca Vilela.    
      Na região do Campo das vertentes é perceptível o crescente poderio feminino, seja na economia, saúde e na própria política. Mas, a principal área de atuação delas na região é a educação, até porque a oferta de cursos diretamente ligados a alfabetização é maior.
      A mulher vem ao longo do tempo criando condições de ocupar espaços mais importantes, quebrando paradigmas e conquistando direitos antes negados. O principal deles foi o direito de votar: através do decreto nº. 21.076, de 24 de fevereiro de 1932, é instituído o Código Eleitoral Brasileiro. O artigo 2 disciplinava que era eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo.
      Para a professora universitária e jornalista Laura Nivia Dias Aguiar, existe uma tendência de que a mulher se torne cada vez mais detentora de cargos importantes na sociedade: “As mulheres existem em maior número e elas tendem a ocupar cada vez mais espaços, principalmente diante de novas oportunidades e dos exemplos e modelos femininos que vão surgindo”, destaca.
      Mas, quando se trata da presidente do Brasil ainda existe uma desconfiança, já que muitos a vêem como a extensão de um homem no poder e não como a de uma mulher com características autênticas. É o caso de Frederico Rodrigues, analista de sistemas, que ressalta: “Confio nas mulheres sim, porém não confio na presidente do meu país. Para mim não existe diferença técnica em relação à do homem. O que diferencia é que a mulher é mais passional. Acredito que não haja resistência do homem hoje, tirando certo machismo por parte de uma minoria, acho que evoluímos nesse quesito”.
      Como toda mudança histórica caminha paulatinamente, ainda encontramos pontos de vista preconceituosos em relação à ascensão da mulher. No entanto, a presença das mulheres, ocupando os mais diversos espaços na sociedade, é um fato crescente que reflete o avanço não somente feminino, mas também humano, de igualdade social.

      Reportagem: Jéssica Máximo e Eduardo Gaio.

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